4.5.11

AH, SE EU FOSSE HOMEM...

Ah, se eu fosse homem de ouvir meu coração e dar vazão
não à razão, mas à vontade de mudar a situação
e me arriscar, me machucar mas mandar tudo para o ar
só pra ficar com uma mulher ou pra fazer o que eu quiser
abrir meu peito, é meu direito, se eu tivesse peito
Ah, se eu fosse homem...

Ah, se eu fosse homem de aguentar que uma mulher é como um homem
e também pensa como um homem e quer sair com outros homens
e, apesar de todas as explicações antropológicas,
na prática não tem explicação para o tesão
e ai, meu chapa, 'cê só pode reclamar pro bispo
Ah, se eu fosse homem...

Ah, se eu fosse homem de parar de me portar feito um rochedo
indestrutível e infalível, inabalável e imutável
previsível e impossível, um computador com músculos,
um chefe, um pai, um homem com H maiúsculo
eu seria o homem certo pra você
Ah, se eu fosse homem...

Sempre achei que existem várias formas de se expressar, sentir, aprender, emocionar e refletir.

A música pra mim é a principal delas. Pena que isso não seja regra no universo masculino.

Não foram poucas as vezes que fui alvo de piadas porque tentava entender (e dar sentido à) letras de músicas.

Uma das minhas músicas preferidas que além de dar um gás no ânimo, ainda traduz exatamente o que se passa na cabeça (ou no peito) masculino é essa do bom e velho grupo oitentista Ultraje a Rigor.

O desejo de às vezes dar voz ao coração, de se arriscar e machucar, aceitar que sim, uma mulher também pode fazer o mesmo que um homem faz (e faz mesmo).

De parar de me portar como um rochedo indestrutível, infalível, inabalável, imutável, previsível, chefe e pai.

Deixar de fazer tudo isso (ou parte disso) me faria me sentir menos Homem, porque, saio de fábrica programado para ser tudo isso.

É isso que essa música traduz. A ironia de justamente ser forte ao me deixar mostrar fraco.

E quem tem a capacidade de me fazer enxergar o rumo certo em meio à poluição de tantas obrigações vitais no meu mundo masculino terá que se arriscar, mesmo que vá se machucar, se entregar, ser imprevisível, mandar tudo para o ar...

Alguém aí poderia dizer quem é capaz disso, senão uma mulher? Ainda bem.

Por Rodrigo Rossi


Grande beijooo!
Até amanhã!

AUTO ESTIMA ELEVADA SEMPREEE!

Um comentário:

Bibi¹ disse...

Rennata, adoro o seu blog, já faz uns dois anos se não mais que acompanho diariamente as suas postagens. Confesso que muitas vezes os seus textos salvaram meu dia! Gosto muito dos temas abordados. Também tenho um blog onde me arrisco a escrever sobre temas semlehantes aos seus, se quiser dar uma passadinha lá segue o endereço: http://bibianazaparolli.blogspot.com/

beeijoss